sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A ANTOLOGIA CONTEMPORÂNEA

Walkiria Assunção

A herança Kantiana

O primeiro a reagir aos problemas postos por Hume foi Kant, ele completou a trajetória moderna, com duas inovações: em primeiro lugar, transformou a própria teoria do conhecimento em metafísica, ao afirmar que esta investiga as condições gerais da objetividade, isto é, do conhecimento universal e necessário dos fenômenos e, em segundo lugar, demonstrou que o sujeito do conhecimento não é, como pensara Hume, o sujeito psicológico individual, mas uma estrutura universal, idêntica para todos os seres humanos em todos os tempos e lugares, e que é a razão, como faculdade a priore de conhecer ou o sujeito Transcendental.
Nunca saberemos o que é e como é a realidade em si mesma, separada e independente de nós. Conhecemos apenas a realidade como fenômeno, isto é, organizada pelo sujeito do conhecimento, segundo as formas do espaço e do tempo e segundo os conceitos do entendimento. A realidade conhecível e conhecida é aquela posta pela objetividade estabelecida pela razão ou pelo sujeito Transcendental.
Os juízos analíticos, diz Kant, preenchem as duas condições, mas não os juízos sintéticos.Porque um juízo sintético se baseia nos dados da experiências, psicológicas individual e, como bem mostrou Hume, tal experiências nos da a sensações e impressões que associamos em idéias, mas estas não são universais e necessárias , nem correspondem a realidade.
Um juízo analítico não nos traz conhecimento, simplesmente repete, no predicado, o conteúdo do sujeito. Somente os juízos sintéticos são fonte de conhecimento. Se quisermos realizar metafísica e ciência, temos, primeiro que provar que são possíveis juízos sintéticos universais, necessários e verdadeiros , e demonstrar que tais juízos não podem ser empíricos.
Kant demonstrou a existência e validade dos juízos sintéticos a priori nas ciências, demonstrando que o conhecimento da realidade nada mais é do que a maneira como a razão através de sua estrutura universal, organiza de modo universalmente os dados da experiências.
Um juízo é uma afirmação ou uma negação referente a propriedades de um sujeito, isto é, a maneira como o conhecimento afirma ou nega o que uma coisa e ou não e.

A psicologia nos diz que há percepção e nos oferece uma explicação causal para ela, mas não pode nos dizer o que é a percepção, pois para isso precisaria conhecer a essência da própria consciências.
A consciência de que fala o filósofo não é, evidentemente, aquela de que fala o psicólogo. Para este, a consciência é o nome dado a um conjunto de fatos externos e internos observáveis e explicados causalmente. A consciência a que se refere o filósofo é o sujeito do conhecimento, como estrutura e atividade universal e necessária do saber. É a Consciência Transcendental.
A filosofia é a descrição da essência da consciência( de seus atos e correlatos) e das essências das coisas. Por isso, a Folosofia é uma eidética _ descrição do eidos ou das essências. Como o eidos ou essência é o fenômeno , a Filosofia é uma fenomenologia.
Além das coisas materiais, naturais e ideais, também são fenômenos as coisas criadas pela ação e pela pratica humana ( técnicas, artes, instituições sociais e políticas, crenças religiosas, valores morais) em outras palavras aquilo que chamamos de cultura.
A fenomenologia introduziu a noção de essência ou significação como um conceito que permite diferenciar internamente uma realidade de outras, encontrando seu sentido, sua forma, suas propriedades e sua origem.
Dessa maneira, a fenomenologia começou a permitir que fosse feita a diferença rigorosa entre a esfera ou região da essência “natureza” e a esfera ou região da essência “homem” fossem internamente diferenciada em essências diversas: o psíquico, o social, o histórico, o cultural.Com essa diferenciação, garantia às ciências humanas a validade de seus projetos e campos científicos de investigação:psicologia,sociologia,historia,antropologia,lingüística,

Nenhum comentário:

Postar um comentário